Pentecostais versus neopentecostais, verdades e mentiras.

De acordo com o pastor e escritor Paulo Romeiro autor do livro “DECPCIONADOS COM A GRAÇA”.
O movimento pentecostal; “... Surgiu nos Estados Unidos no inicio do século XX... Foi em Topeka Kansas (EUA), que surgiu o movimento pentecostal como é conhecido hoje...”.
A chegada do movimento pentecostal ao Brasil.
“... Nos séculos 16 e 17 houve duas tentativas para estabelecer colônias protestantes no Brasil, mas o protestantismo se originou de um duplo avanço a imigração estrangeira e os missionários... No Brasil há somente uma denominação Anglicana, a igreja Episcopal Anglicana do Brasil... Em 1980, foi fundada oficialmente a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul... Na década de 1930, a Igreja Luterana no Brasil abrangia 226.687 membros batizados... O protestantismo começou a ser implantado no Brasil com a chegada do missionário congregacional Robert ReidKalley, ao Rio de Janeiro, em 1855... A obra missionária dos presbiterianos começou em 1853, e o primeiro missionário enviado foi Ashbel Green Simontom... Em 1835, chegou ao Brasil o primeiro missionário metodista... O primeiro missionário dessa denominação a vir para o Brasil foi William Bagby... Ele fundou, em 1882, uma igreja Batista. Os batistas se espalharam rapidamente pelo Brasil... Em 1900, os batistas... Alcançaram um total de dois mil membros... A partir de meados de 1940. O protestantismo avançou rapidamente na América Latina, especialmente no Brasil. Em 1903, havia no Brasil, 88.079 membros em igrejas protestantes, e em 1916, 151. 841 membros... Em 1935, já existiam1,5 milhões de membros ligados às igrejas protestantes...  A principal mudança que ocorreu nessa época foi a vinda do movimento pentecostal dos Estados Unidos, em dois modelos distintos: a Assembleia de Deus (1911) e a Congregação Cristã do Brasil (1910) ” (1).
“... A partir da década de 40, começa um tempo de mudanças e transição, em que as denominações evangélicas passaram a ter uma liderança brasileira, mas sem romperem com suas origens...
Por exemplo, a Convenção Batista Brasileira, a partir da década de 20, reestruturou seus acordos com A Convenção Batista do Sul... A igreja Universal do Reino de Deus surgiu em 1977, vinda de outra igreja pentecostal, a Nova Vida, no Rio de Janeiro... Na década de 80, os evangélicos no Brasil se multiplicam em termos de membros participantes... Particularmente na Assembléia de Deus... Segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2000, o numero de evangélicos subiu, em dez anos, de 9,1% para 15,45% [cerca de 25.900.000, sendo que asa igrejas pentecostais e neopentecostais representam 67, 6% desse total], numa população de 171.322.685 Brasileiros. Segundo a mesma fonte, os evangélicos cresceram 70% em dez anos no Brasil...” (2).
Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), que igreja é essa?!
Para alguns a pergunta acima pode parece estranha, e até mesmo desrespeitosa.
No entanto peço a atenção de todos, pois na vida a resposta prá tudo.
 A IURD está repleta de invencionices (ante – Bíblicas) dentre elas estão:
·        O tapete ungido. Receba o tapete ungido para ajoelha. Coloque nele os nomes de seus queridos e venha forma conosco a poderosa Corrente de Orações Intercessórias pela Família. Deus é maior que os seus problemas.
·        Distribuição do Óleo consagrado no Monte Sinai.
·        Getsêmani monte das Bem Aventuranças.
·        Deus varrerá sua casa com vassoura de fogo (por acaso o nosso Deus é algum incendiário).
·        Proteção do Lar com Muralhas de Fogo (desse jeito ninguém entra e nem sai).
·        Sessão do descarrego”.
·        Nação dos 318”.
·        Corredor dos cajados iluminados”.
·        Ex – sensitiva responde”, (se ela é ex então por que não falam o nome dela ou ela não têm?).
·        Banho da meia noite.
·        Banho do descarrego.
·        Fronha vira pelo avesso, dada um nó.
·        Água milagrosa.
·        Ponto de fogo.
“... Em 1997, a Comissão Permanente de Doutrina da Igreja Presbiteriana do Brasil publicou um livro para orientar seus fiéis sobre a hermenêutica... da Igreja Universal do Reino de Deus... O método de interpretação das Escrituras utilizado por bispos e pastores da IURD consiste, em geral, numa atualização ou transposição das experiências religiosas de personagens bíblicos para os dias atuais... Macedo não parece ver a Bíblia como a revelação proposicional de Deus, mas como um livro de experiências religiosas... Assim, a repetição ou reencenação de episódios e eventos bíblicos é utilizada como ferramenta hermenêutica, que lhes permite usar as Escrituras como base da sua prática. Nesta tentativa de repetir os episódios bíblicos, existe uma grande dose de... Desrespeito pelo contexto histórico... Por exemplo, assim como Noé fez uma aliança com Deus, podemos nós também fazê – La. Assim como Josué cercou as muralhas de Jericó e ao som das trombetas elas caíram, assim podemos cerca as muralhas das dificuldades e problemas e derrubá –las em nome de Jesus (usando uma trombeta de plástico e uma muralha de isopor)...” (3).
O reporte e autor do “Blog teologia pentecostalGutierres Siqueira, é taxativo em afirmar que:
A igreja Universal do Reino de Deus (IURD) é uma verdadeira vergonha para o mundo evangélico... IURD evangélica?
Certamente Martinho Lutero e João Calvino estariam na linha de frente contra o senhor Edir Macedo. Tudo aquilo que os reformadores lutaram contra (superstição, misticismo, idolatria, indulgências, autocracia eclesiástica) está sintetizado na denominação iurdiana... A IURD não é evangélica (protestante) nem pentecostal...
Lucidez e coragem teve Washington Franco, em sua dissertação de mestrado na Universal Federal de Alagoas, quando classificou o movimento representado pela IURD de “pseudo – pentecostalismo...” (4).
No dia 3 de Novembro de 1999, a revista “Veja” forneceu algumas informações sobre a “Igreja Universal do Reino de Deus”. “Multinacional da fé a arrecadação da universal... ultrapassar os 2 bilhões de reais neste ano...” (5).
Uma irmã da congregação da qual eu (André) participo (Assembléia de Deus ministério Missão, Vila São José em Vicente Pires) deu a IURD o nome de Igreja do “SAL GROSSO” eu achei muito interessante isso.
O pastor e escritor Hernandes Dias Lopes não poupa “elogios” a referida “igreja”:
O que esta crescendo no Brasil não é o verdadeiro evangelho, é um semi – evangelho, um evangelho hibrido. Estamos assistindo a explosão de uma igreja mística, uma igreja que fala de sal grosso, que proclama o uso do óleo ungido, que põe um copo de água no radio ou televisão, água esta orada ou fluidificada. Uma igreja que esta acostumada a campanhas novenas e correntes.
Entendendo que a um poder místico nestas praticas, que apenas mudou o rotulo que as pessoas precisam de um lenço, rosa ou toalha ungida, uma igreja que não pergunta. Isso é certo? Mas que diz isso da certo!”
O pastor pentecostal Silas Lima Malafaia também expressou sua opinião a respeito da IURD (igreja universal do reino de Deus):
“O sujeito vai tomar ‘banho de sal grosso’ em alguma igreja, vai à ‘corrente dos 318’, ou 636, vai tocar no ‘manto branco’, passar de baixo do ‘portal de Salomão’, ‘fogueira santa de Israel’ e não adianta de nada”
As divisões do movimento protestante.
O escrito, pastor, jornalista editor e bloguista Silas Daniel. Informa – nos que o movimento protestante esta divido em três partes.
“... O protestantismo histórico... formado pelas igrejas constituídas a partir da reforma.
São elas a luterana, as reformadas, a presbiteriana, a anglicana, a batista, à congregacional e a metodista.
Pára – protestantes são as seitas que se originaram no meio pentecostal... Nesse ramo, temos os mórmons, os adventistas e as testemunhas de Jeová...
O protestantismo pentecostal, terceiro e último ramo, é divido pelos sociólogos em duas classes; pentecostalismo tradicional e neopentecostalismo. O pentecostalismo tradicional, do qual faz parte a Assembleia de Deus, nasceu... No fim do século 19 e começo do 20...
O neopentecostalismo surge na década de 70. Ele compreende denominações como a Universal do Reino de Deus... A Igreja da Graça e tantas outras...” (6).
Homens que marcaram a historia do movimento pentecostal.
John Wycliffe fez a primeira tradução da Bíblia para o inglês. Em 1521, Martinho Lutero publicou a Bíblia em alemão. O missionário batista Willian Carey traduziu porções das Escrituras para dezenas de línguas e dialetos. O jornalista evangélico Robert Raikes criou a Escola Dominical em 1780.
A formação da teologia pentecostal no Brasil.
“... Apesar das constantes incidências de modismos teológicos no cenário evangélico brasileiro, a Assembleia de Deus é hoje uma das igrejas com maior solidez bíblica doutrinaria em nosso país... Nos primeiros anos, a voz da teologia assembleiano eram os artigos dos suecos nos jornais Boa Semente, Som Alegre...” (7).

Erros que neopentecostalismo comete.

·        O neopentecostalismo desenvolve uma espiritualidade sem vínculo.

A excessiva valorização de catedrais, mega-ajuntamentos, grandes eventos, cultos midiáticos e similares; mostra que o neopentecostalismo desenvolve uma espiritualidade sem ligação eclesiástica, ou seja, as pessoas vão a igreja como se fossem ao shopping - center, vão buscar algo e não entregar, tem vínculos mercantilistas e não comunitários. Ricardo Gondim fez uma ótima observação em relação ao assunto:

Os neopentecostais desenvolveram uma espiritualidade “templista”, sem vínculos comunitários. Sacralizam-se os prédios, valorizam-se os mega ajuntamentos, mas não se promovem relacionamentos. As pessoas se sentem sozinhas e autônomas no meio de uma multidão. Vão à igreja como quem vai a qualquer lugar público, sem sentimento de pertencimento.Dentro desse contexto é muito comum o trânsito religioso. Hoje o sujeito é de uma igreja, amanhã já de outra denominação. Há líderes neopentecostais que chegaram a fundar duas denominações diferentes.
Há não somente uma falta de vínculo comunitário, mas também, falta vínculo doutrinário, litúrgico, de ethos (costumes) e tradições. Sendo que o maior perigo é a falta de base teológica e ou doutrinária. Muitos neopentecostais continuam com crenças herdadas de uma religião ou seita que anteriormente ele tenha participado. A falta de discipulado, infelizmente, é comum em todos os ramos do evangelicalismo, principalmente no neopentecostalismo, e ainda há um desprezo muito grande pelo ensino da Palavra.
Os neo - pentecostais não investem em escola dominical, cultos de ensino, classes de discipulado, seminários teológicos etc.

·        O neopentecostalismo desenvolve um pregador arrecadador e não doador.

A principal preocupação para um bom “pregador” neopentecostal, não é o seu domínio das ciências bíblicas, juntamente com uma vida devocional exemplar, mas sim, o seu domínio na retórica da oferta. Em uma famosa denominação neopentecostal no Brasil, você só pode ser ordenado ao ministério pastoral, se a sua congregação arrecadar mais de 5 mil reais por mês em dízimos e ofertas. Qual será a pregação principal de um sujeito sob tamanha pressão? Certamente que será ofertas, dízimos, desafios de fé e teologia da prosperidade. Uma congregação de bairro de não dá “lucro”, é fechada imediatamente pelos “bispos” de algumas denominações neopentecostais. Será que a construção de templos é uma preocupação evangelística e de bem-estar da igreja local ou mais uma fonte de arrecadação?
Não é nem preciso responder! A absurda compra de “cura-divina” por meio de ofertas é comum em algumas igrejas neopentecostais. São cartões de oferta com valores de 10, 20, 50, 100 reais, sendo que os valores mais altos recebem “orações mais fortes”. Não seria essa prática uma indulgência moderna? Esses “profetas” neopentecostais sem aproximam a cada dia do sectarismo.
Em que consistem alguns cursos para líderes em igrejas neopentecostais? As matérias principais de muitos desses cursos, não é teologia sistemática ou exegese, mas sim, técnicas de marketing.
O papel pastor-ovelha, dentro desse contexto “templista”, é substituído pelo modelo empreendedor-cliente. Igrejas neopentecostais, normalmente, não possuem seminários, mas apenas cursos esporádicos de retórica ou métodos de marketing, como acima observado. O obreiro neopentecostal não é uma pessoa treinada para ser líder de uma igreja local, mas sim, de ser o mais persuasivo com aqueles que o visitam. Não existe ovelha, e os pastores nem podem ser chamados de pastores, pois normalmente são itinerantes. Um itinerante não tem a possibilidade de ter ovelhas, logo, não é um pastor.

·        O neopentecostalismotem a teologia da prosperidade, como a principal pregação.

O conceito de “Deus papai-noel”, cunhado no passado pelo teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer, homem que lutou contra o secularismo eclesiástico de seu tempo, expressa muito bem a realidade materialista do movimento neopentecostal. A cosmovisão neopentecostal tem dificuldades de contemplar o futuro, o céu, a salvação, a redenção; palavra com esperança espera paciência, perseveranças não fazem parte do vocabulário imediatista dos neopentecostais.
Imediatismo é a filosofia dos pregadores do aqui-e-agora, é a bênção rápida e eficaz em pregações pragmáticas, ou seja, “pregações que funcionam”.
Sempre a teologia da libertação é colocada como uma visão comunista do cristianismo, da mesma forma, a teologia da prosperidade é uma versão capitalista de um evangelho distorcido, que busca riqueza e bens terrenos, em detrimento do que os bens celestiais. Junto com a teologia da prosperidade há um mal igual, que é o triunfalismo.
O triunfalismo não aceita derrotas, infortúnios, doenças, perdas, pois é o evangelho do “só vitória”. Infelizmente, alguns pregadores que dizem ser pentecostais, são triunfalistas de carteirinha, sendo essa uma característica neopentecostal que tenta deturpar o pentecostalismo clássico.

·        O neopentecostalismo prega o ter em vez do ser.

A pregação sobre moralidade, santidade, caráter, Fruto do Espírito são deficientes no meio neopentecostal. O ter é mais valorizado do que o ser. É muito difícil pregar contra a ambição, a sedução das riquezas, o engodo da soberba nos púlpitos “universais”. O verdadeiro cristão na cosmovisão neopentecostal é aquele que passou da pobreza para a riqueza. Será a riqueza evidência de prosperidade? A prática mostra que não, pois o segundo homem mais rico do mundo, o bilionário Bill Gates, é um ateu! Será que Gates é mais espiritual que um pobre cristão africano sem almoço para esse dia?

·        O neopentecostalismo valoriza excessivamente a sua liderança.

Ouvir rádio evangélica, com poucas exceções, pode ser uma verdadeira tortura para aquele que busca a ortodoxia no cristianismo. É comum, na vasta programação neopentecostal, ouvir liderados referir-se a sua liderança como: “o apóstolo da fé, grande homem de Deus, o maior evangelista do século, o nosso bispo primaz, o homem que faz e acontece etc”. É uma verdadeira idolatrização da liderança, que se segue sem um senso crítico, mas em um caminho cego.
Muitos líderes, sem caráter, no neopentecostalismo, são acusados dos mais diversos crimes, como estelionato, curandeirismo, lavagem de dinheiro etc. Os fiéis dessas igrejas, na maioria das vezes, são indiferentes às claras acusações e preferem atribuir esses problemas a perseguição da Rede Globo ou do próprio Diabo.
É comum, alguns desses líderes, se compararem aos apóstolos, que foram perseguidos por causa do evangelho. Um sofisma que muitas vezes funciona, infelizmente!
Em denominações neopentecostais não há conselhos de doutrina, concílios para decidir os rumos da denominação. Em uma denominação neopentecostal, o líder-fundador é quem decide tudo, desde a forma litúrgica, passando pela doutrina e até o destino das finanças. É uma liderança incontestável, um líder que está acima de tudo e todos, que não presta contas a ninguém.
Uns mais espirituais, dizem que ninguém pode tocar “nos ungidos de Deus”, ou seja, se colocam acima dos demais espiritualmente. Os pastores e obreiros menores nessas denominações imitam a oratória, os gestos, a maneira de se vestir dos seus líderes.
A “renovação apostólica” é um novo modismo que mostra a colocação acima da crítica dos líderes neopentecostais. Primeiro veio os bispos, quebrando uma tradição protestante de não inventar cleros acima de leigos, como no catolicismo romano.
Depois veio as bispas (sic) e agora tem os “apóstolos”, há notícias de pastores que agora são chamados de “arcanjo”. É muita aberração para pouco espaço! Um famoso pastor disse certa vez: “Daqui a pouco temos o vice-Deus”.
Outra novidade é a chamada “cobertura espiritual”. Líderes que ameaçam seus liderados, dizendo que elas necessitam da cobertura deles, como apóstolos. Cobertura é uma falácia, pois biblicamente, não há cobertura espiritual da parte dos homens, mas somente de Deus.
Hoje, no meio neopentecostal, há uma febre por títulos teológicos.
São muitos que dizem ser Doutor em Divindades (D.D) e fizeram curso por correspondência de, no máximo, um ano. A internet está cheia desses falsos cursos, que é uma malandragem de compra e venda de diplomas. Com 2 mil dólares, qualquer pessoa pode comprar um título de doutor em divindade nos Estudos Unidos, ficando até mais chique.
Para ser um doutor em teologia, em uma faculdade séria, se estuda em média dez anos e há uma dedicação acadêmica, isso por parte do discente. Estudar bacharel em teologia em um ano é como estudar medicina em dois anos, é um grave erro e nada se aprende, sendo assim um falso curso.

·        O neopentecostalismo tem uma hermenêutica diferente do cristianismo histórico.

Se você já ouviu pregações em igrejas neopentecostais, percebeu que a maior parte das pregações são no Antigo Testamento? Já viu que os pregadores “avivalistas” gostam de textos que abordam a história de Abraão, Elias, Eliseu, Davi, Daniel, Jeremias etc? Percebeu que o ministério profético do Antigo Testamento é muito abordado nas preleções dos “conferencistas internacionais”? Se não, ouça e verá!
Em trabalho acadêmico para a Faculdade Teológica Batista de Campinas, sobre o neopentecostalismo, o professor Isaltino Gomes Coelho observa que “a leitura bíblica neopentecostal é atomizada...isto é, fragmentada, de versículos isolados, é desculturada, desarrigada de seu contexto e usada alegoricamente¹. Sendo assim, prega excessivamente no Antigo Testamento. Abusa dos símbolos vero-testamentário e aplica a simbologia judaica de forma distorcida na igreja hodierna, que é ou deveria ser neotestamentária. Como observou o teólogo Esequias Soares: “Seus líderes inventam campanhas, tentando realçá-las em textos e personagens do Antigo Testamento, empregando figuras e símbolos, completamente fora do contexto bíblico, como ponto de contato para estimular a fé, e também para arrecadar fundos”.
São campanhas dos “318 pastores”, “Unção apostólica de Elias”, “Azeite da Viúva”, “Porção dobrada de Eliseu”, “Derrubando as muralhas de Jericó”.
O teólogo Paulo Romeiro, que é de confissão pentecostal, observa:
As campanhas semanais, os cultos “de libertação”, “da vitória”, “da conquista” e “da prosperidade” se multiplicam na disputa de fiéis. Tudo isso dirigido a um público despreocupado também com as regras de interpretação bíblica, pouco afinado com a reflexão, mas numa busca constante e intensa de solução. Os pregadores farão tudo para atrair seus “clientes”, muito disputados hoje em dia no mercado evangélico.
Quando se quer extrair, de modo legítimo, um ensinamento bíblico; se parte para a hermenêutica histórica, contextual, lingüística e teológica, mas a analogia é o aspecto central na hermenêutica neopentecostal. Em vez de uma exegese, para extrair do texto bíblico o que ele diz, se pratica a eisegese, colocando no texto o seu próprio pensamento, ou seja, se tenta justificar por meio da Bíblia. A Bíblia para o neopentecostalismo é indicativa, ou seja, se recorre a ela como justificadora de suas práticas, mas não normativa, ou seja, determinando as doutrinas e práticas da igreja. A Bíblia, no neopentecostalismo, é um simples amuleto e enfeite de emaranhados de doutrinas estranhas as Sagradas Escrituras.
Uma questão importante na hermenêutica neopentecostal é que ele é pragmática e empírica. Pragmática se entende que a interpretação bíblica do neopentecostalismo busca praticidade ou funcionalidade de sua crença; se algo é prático e dá certo, então é preciso inserir na doutrina neopentecostal. Quando algum apologista critica as experiências e crenças no neopentecostalismo, os seus promotores vem com os seguintes argumentos: “mais as pessoas são curadas”, “mas isso tem dado certo”, “explique os milagres de meu ministério” etc. Sempre se recorre a funcionalidade de suas doutrinas. A experiência sempre procede à doutrina no neopentecostalismo.
O Rev. Alderi Sousa de Matos observa:
No neopentecostalismo – inclusive nos seus enclaves nas denominações históricas -, por mais que seus integrantes se declarem defensores das Escrituras, a importância atribuída os fenômenos, maravilhas e novas revelações os empurrarão à incômoda conseqüência prática de terem na Bíblia a sua “fonte secundária” de conhecimento.
No contexto na interpretação bíblica, a experiência conta como a mais alta autoridade, determinando os sentido de um texto. A Bíblia, nessa situação, não é a regra de fé e prática.
Kenneth Hagin estabeleceu a fórmula de fé da confissão positiva, baseado em um suposto encontro com Jesus, por meio da visão ele criou uma nova doutrina. A revelação, as crenças pessoais, as profecias, as visões tomam o lugar da Palavra de Deus, no momento em que elas estabelecem doutrina.
A hermenêutica neopentecostal é individualista e mística. Quando se lê a Bíblia, não procuram compreender o significado original que o escritor, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu.
Cada crente que leia a sua Bíblia e interprete da maneira transcendental, por meio de uma revelação interior. Procuram sempre achar novas verdades, e dizem ser portadores de nova revelações, desprezadas pela igrejas durante séculos. Sendo esse entendimento, sempre individual, por meio de uma iluminação. Na leitura neopentecostal, o Espírito Santo, dá o significado de um texto para necessitadas específicas de várias pessoas, ou seja, o versículo passa a não ter uma significação absoluta, mas é uma mensagem diferente em cada revelação. Um pregador neopentecostal, instruindo novos convertidos, disse: “Vocês precisam ouvir a voz de Deus, ser guiados pelo Espírito Santo. Para isso, orem nas madrugadas e peça que Deus revele a Sua vontade para a sua vida. Então Deus vai te acordar pelas madrugadas e te dirá aquilo que tu precisas fazer.” Esse pregador dá a entender que a sua vida é guiada por revelações, quando esse não é o propósito das revelações (dom da palavra do conhecimento). A vida do cristão é guiada pelo Espírito Santo, que usa a sua Palavra, para direcionar segundo as Suas diretrizes.

·        A demonologia neopentecostal.

Os neopentecostais têm uma visão dualística do cosmo, ou seja, há uma constante luta
entre o Bem e o Mal, e tudo aquilo que não é de Deus, logo é do Diabo. Para a cosmovisão neopentecostal, o mundo está dividido por essas duas forças equivalentes. Para eles a doença nunca vem de Deus, logo, todas as doenças são diabólicas. Para eles a pobreza não pode vir de um Deus riquíssimo, logo, a pobreza é do Diabo. Nesse pensamento, chamado dualismo, o mundo está bem dividido entre o Bem e o Mal, entre Deus e o Diabo. O dualismo fere a revelação bíblica, onde o Deus, o ser bondoso por natureza, é infinitamente maior do que o mal provocado pelo Diabo.
O exorcismo nas igrejas neopentecostais, é uma prática midiática e um verdadeiro espetáculo, onde pessoas (seres-humanos) são expostos ao ridículo, com muitas luzes e câmeras.
O teólogo assembleiano Claudionor Corrêa de Andrade, em uma linguagem pastoral, escreveu:

Há muitos obreiros que, para cevar o marketing pessoal, fazem uma verdadeira campanha publicitária para libertar os oprimidos do Diabo. Perguntam o nome do demônio e querem saber a sua procedência. Em seguida, interrogam-no acerca de sua missão, como se ninguém soubesse ser o trabalho do Diabo matar, roubar e destruir (Jo 10.10). E com isto desperdiça-se todo o tempo da exposição da Palavra de Deus, introduzindo o povo a uma macabra distração.

Os neopentecostais, em especial Kenneth Hagin, acreditada que um cristão verdadeiro pode ser possesso por um demônio, mas não no seu espírito, e sim no seu corpo ou em sua alma; fazendo uma separação inexistente na Bíblia. Como pode um cristão ter demônios em seu corpo ou em sua alma, enquanto o seu espírito está livre sendo
habitação do Espírito Santo? Só uma demonologia distante das Escrituras para afirmar tamanho engodo. Um cristão verdadeiro, por ser habitação do Espírito Santo, não pode ter em seu ser um demônio.
O neopentecostalismo tem muitas doutrinas estranhas a Bíblia e cabe a cada pentecostal, uma posição apologética e de oração pela mudança e sedimentação desse movimento. (8).

E o que dizer sobre o falar em NOVAS LÍNGUAS, será que isso existe?
Este tem sido um tema muito controverso no meio pentecostal.
Mas afinal de contas será verdade ou mentira?
Para responder a essa indagação eu recorro ao escritor e apologista José Gonçalves*
O movimento pentecostal em seu inicio enfrentou uma forte oposição das igrejas históricas. A principal... era o falar em outras línguas. John White, psiquiatra americano relembra: “Um líder chamou os pentecostais de os dirigentes da Sodoma espiritual, e que suas línguaseram um “satânico palavrório”, e...Que seus cultos eram o clímax da adoração demoníaca... G. Campbell Morgan referiu – se aos pentecostais como “O último vomito de satanás”, e R. A. Torrey acusou- os de terem sido “Fundados por um sodomita”... Hoje... O pentecostalismo demonstra ser não apenas um movimento, mas um solido retorno a uma verdade bíblica que havia sido negligenciada e esquecida pelo cristianismo histórico...
Alguns lideres pentecostais da atualidade não têm escondido... O desconforto que a doutrina pentecostal clássica a respeito do falar em línguas tem – lhes causado...” (9).
No entanto você estar dizendo, mas isso não prova nada, o texto é muito evasivo.
Calma eu ainda não terminei, ainda vem mais por ai. “... Escreveu Charles Wesley: “Que em milhares de línguas cantemos louvor ao nosso grandioso Redentor”...
Thomas F. Zimmermam, líder internacionalmente conhecido, que também foi superintendente- geral das Assembléias de Deus nos Estados Unidos: “A experiência jubilosa de falar em línguas tem proporcionado - meuma vasta dimensão da benção espiritual...
G. Raymond Carlson... Da superintendência das Assembléias de Deus norte – americanas: “O Senhor deu – nos uma linguagem intima... descobri que falar em línguas, em minhas orações e me meu louvor, é um dos meios mais eficazes de preparar – me para ministrar...” (10).
É claro que em si tratando do falar em NOVAS LÍNGUAS, nem tudo são “flores”, pois existem sim as opiniões contrarias vamos a elas.
De acordo com o escritor e pastor adventistaEliseu C. Lira autor do livro “Radiografia da NOVA ERA” diz que:
“... Robert G. Gromacki... aplica o verdadeiro teste de aferição ao moderno movimento de “línguas” partindo do seguinte questionamento; como é que se chega a “falar línguas?”... Como lembra o erudito Dr. Gromacki há varias discrepâncias entre... os registros bíblicos de glossolalia (Atos, 2,10 e 19; 1ª CO 12 – 14).
1.   Se de fato houve uma reunião de oração no dia de pentecostes (atos, 2,01), não há nenhuma indicação de que os discípulos tenham deixado de orar no seu idioma...
2.   Paulo mandou que se orasse com o entendimento (I CO 14; 15). Isso estar em conflito direto com o não pensar no que se esteja falando...
Quanto ao atual fenômeno no movimento moderno de “línguas”, como lembra o referido autor, as opiniões se dividem: “Divina? Satânica? Artificial?...” (11).
A principio o escritor Eliseu C. Lira parece ter encontrado “provas” mais do que suficientes para crermos que o falar em línguas não passa de fantasia.
 E agora como resolver as “discrepâncias”?
Atos 2 deixa – nos claro que “... Estavam todos reunidos no mesmo local... Começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem...”.
O apostolo Paulo diz que: “... O que fala línguas estranhas não fala aos homens, senão a Deus...” (I CO 14, 02).
Prossigo argumentado contando com ajuda do teólogo alemão “... Weinel... ele diz que... o recebimento do poder espiritual está relacionado com as orações em comum da igreja... a expressão “moveu se o lugar” (AT 4, 31), significa algo espetacular e sobrenatural...” (12).
O que dizem os eruditos.
O Dr. Rees, teólogo inglês escreve que “... A glossolalia (o falar em línguas) era...a evidencia da descida do Espírito Santo sobre os crentes...
O Dr. G. B. Stevens, da universidade de Yale... Escreve: “... Evidentemente, aqui se vê algum revestimento ou experiência especial...
O Dr. A. B. MacDonald... Escreve: “A crença da igreja do Espírito dum fato que experimento... no principio, sua manifestação mais extraordinária foi “falar em línguas...” (14).
De acordo com o pastor e escritor, Antônio Mesquita, “...A Bíblia afirma que o derramar do Espírito foi para o tempo dos apóstolos e para o futuro. “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quanto Deus, nosso Senhor, chamar” (AT 2, 39).
1º Os presentes (vós);
2º a vossos filhos (geração seguinte);
3º e a todos os que estão longe, geraçõessubseqüentes e distantes... (13).
Para Antony D. Palma o “...Falar em línguas é a indicação imediata e empírica do enchimento do Espírito... Paulo diz que: “O que fala em línguas desconhecidas edifica – se a si mesmo...” (1ª CO 14, 2 – 4) (14).
O movimento neo – pentecostal e seus “pregadores”.
O pastor e escritor Paulo Romeiro é taxativo ao dizer que “... No afã de conquistar grandes multidões... infelizmente, foram longe demais, tornando-se mestres em manipular as pessoas e enganar...” (15).

Igrejas ou “templos teatrais”.

“... Muitas igrejas, em nossos dias, se tornaram nada mais que pobres teatros onde os “produtos” de quinta categoria suas mercadorias de baixo valor, com plena aprovação dos seus lideres...” (16)
Eu não posso esquecer-me dos“Pregadores mirins”.
Extra, extra não perca nesta, noite a grade apresentação do “pregador” mirim, “menininho de Jesus”. Ele preenche todos os requisitos, que um pregador deve ter. Idade e maturidade ele tem de sobra sete anos, “marido de uma só mulher, vigilante e pronto para ensinar” (1ª TM 3,03, 2ª parte).
Como se não bastassem, todos os absurdos que vemos na casa de Deus. Ainda temos de nos depara com mais esta aberração, o adultizar das crianças. “... Alguns pais... têm procurado vestir os meninos constantemente como “pequenos pastorzinhos”, de colete, terno e gravata...” (17).
O pastor José Barbosa Junior, recomenda que: “As nossas crianças, vivam como crianças e não sejam obrigadas a se tornarem como nós adultos...” (18).
De acordo com o pastor Nestor Henrique Mesquita, os ditos “pastores modernos” estão mais interessados em entreter a “platéia” do que pregarem o evangelho (19)
De acordo com o Pastor Paulo Freire“... precisamos voltar ao velho livro...” (20).
Para a professora Sara Alice C. Cavalcante “... O MENSAGEIRO precisa guarda a simplicidade do seu senhor... as melhores mensagens são simples e preciosas...”
O também professor JoãoKolenda Lemos, diz que precisamos de pregadores equilibrados (21)
O pastor pentecostal Silas Lima Malafaia também expressou sua opinião a respeito da IURD (igreja universal do reino de Deus):
“O sujeito vai tomar ‘banho de sal grosso’ em alguma igreja, vai à ‘corrente dos 318’, ou 636, vai tocar no ‘manto branco’, passar de baixo do ‘portal de Salomão’, ‘fogueira santa de Israel’ e não adianta de nada” (22)
Notas informativas do texto “PENTECOSTAIS VERSUS NEOPENTECOSTAIS, VERDADES E MENTIRAS”.
1.   Livro “DECEPCIONADOS COM A GRAÇA”, autor Paulo Romeiro. Paginas 21 e 31. Editora MUNDO CRISTÃO.
2.   Revista ENFOQUE GOSPEL, edição 26, Julho de 2003. Matéria de capa “O PODER DOS PASTORES”. Artigo “OPROTESTANTISMO NO BRASIL”I PARTE” do professor e pastor Franklin Ferreira. Paginas 74 e 75. Editora MK.RevistaENFOQUE GOSPEL, edição 25, Agosto de 2003. Matéria de capa “O DRAMA DO JOGO”. Artigo “O PROTESTANTISMO NO BRASIL, II PARTE”, do pastor e professor Franklin Ferreira. Paginas 86 e 87. Editora MK.
3.   Livro “DECEPCIONADOS COM A GRAÇA”, autor Paulo Romeiro. Paginas 129 e 130. Editora MUNDO CRISTÃO.
4.   Blog “Teologia Pentecostal”, autor Gutierres Siqueira, texto “A igreja Universal do Reino de Deus (IURD) é uma verdadeira vergonha para o mundo evangélico”.
5.   Revista “Veja” edição 1622, matéria de capa “Bebês pré – fabricados” página 39, editora Abril.
6.   Blog, do pastor Silas Daniel, texto “Reforma Protestante”.
7.   Blog “Teologia pentecostal”, artigo “Neo, pós pseudo – pentecostalismo” Partes I e II, autor Gutierres Siqueira.
8.   Revista “Manual do Obreiro”, matéria de capa “DOUTRINAS BÍBLICAS PENTECOSTAIS”, edição 45, artigo “A evidencia inicial, o falar em línguas na teologia pentecostal”, página 25, editora CPAD.
9.   Revista “Manual do Obreiro”, matéria de capa “DOUTRINAS BÍBLICAS PENTECOSTAIS”, edição 45, artigo “LÍNGUAS ESTRANHAS”, autor R. L. Brandt, páginas 33 e 35, editora CPAD.
10.              Livro “Radiografia da NOVA ERA”, autor Elizeu C. Lira, página 73, editora CASA.
11.              Livro “CONHECENDO AS DOUTRINAS DA BÍBLIA”, autor MyerPearlman, pagina 199, editora VIDA.
12.              Livro “CONHECENDO AS DOUTRINAS DA BÍBLIA”, autor MyerPearlman, pagina 197, editora VIDA.
13.              Revista Manual do Obreiro, edição 38, matéria de capa “30 anos Manual do Obreiro” artigo, “Equívocos dos cessacionistas”, autor Antônio Mesquita, pagina 27, editora CPAD.
14.              Revista Manual do Obreiro, edição 32, matéria de capa “PÓS – PENTECOSTALISMO, estranha moda tenta apagar as manifestações espirituais na igreja”, artigo “Antes e depois do batismo no Espírito Santo”, páginas 34 e 36, editora CPAD.
15.              Livro “Evangélicos em crise”, autor Paulo Romeiro, pagina 85, editora mundo cristão.
16.              Livro “Púlpito ou picadeiro” autor Paulo Marcelo, pagina 48 editora UZ.
17.              Revista “Ensinado cristão”, matéria “Os perigos da adultização precoce”, edição 37. Pagina 9, editora CPAD.
18.              95 teses para a igreja de hoje, tese 59ª”. Artigo do pastor José Barbosa Junior.
19.              Revista manual do obreiro, edição 35, matéria de capa “O verdadeiropentecostes” do pastor Antonio Gilberto, artigo “Distintivos pentecostais”, do pastor Ray H. Hughes, paginas 45 a 50, ano 29, editora CPAD.
20.              Resposta fiel, edição 21, pagina de 7 a 9. Editora CPAD.
21.              Revista manual do obreiro, edição 35, ano 29, matéria de capa “O verdadeiro pentecostes”, artigo “Porta vozes do céu” da professora Sara Alice Cavalcante, paginas 53 a 55, 57 a 60 e o artigo do pastor João Kolenda Lemos, paginas Editora CPAD.
22.              DVD “APRENDENDO COM JESUS”, pastor SILAS LIMA MALAFAIA.


*Jose Gonçalves é pastor em Teresina (PI) professor de filosofia, teologia e vice – presidente da Comissão de Apologética da Convenção Geral dasAssembleias de Deus no Brasil (CGADB).

0 Comentários